A quarta-feira (3) não foi uma quarta-feira normal para os palmeirenses. O time de Abel Ferreira conquistou uma importante vitória no Equador, contra o Barcelona, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Mas só o triunfo, analisado de maneira isolada, não pode ser manchete.
A noite foi difícil. Tanto fisicamente — o campo pesado e o calor em Guayaquil claramente influenciaram na queda de desempenho no segundo tempo —, quanto mentalmente. Disputar uma partida após a perda de um funcionário que dedicou 10 anos de sua vida ao clube com certeza não foi fácil.
Coordenador médico do clube, o Dr. Gustavo Magliocca morreu pouco antes do início da partida — após luta travada desde março de 2020 contra um câncer no cérebro. Antes, durante e depois, o Palmeiras honrou a memória do doutor com lindas homenagens.
No campo, o Verdão começou desligado e tomando pressão dos donos da casa. Aos poucos, retomou o controle —tudo estratégia, como pontuou Abel na entrevista coletiva após o embate. Raphael Veiga e Gustavo Gómez, sempre eles, construíram o resultado.
Na etapa final, o time visivelmente cansou. Chegou a tomar contra-ataque com 2 a 0 a favor, fora de casa — cenário naturalmente impensável. Artur estava em outra sintonia, destoando do restante da equipe — assim como Gabriel Menino. Abel, verdade seja dita, demorou a mexer e alterar a estrutura da equipe: só foi fazer isso aos 26 minutos do período.
O desempenho foi ruim, em geral? Pode até ter sido. Mas, no fim das contas, o Palmeiras venceu um duelo difícil, em um dia difícil, cumpriu sua missão de conquistar os necessários três pontos e conseguiu poupar alguns jogadores no fim, devido às circunstâncias da partida.
Depois do confronto, o que se viu nas redes sociais foi uma parcela de torcedores incomodada com o rendimento da equipe. Parecia até que o time palestrino tinha perdido. Mas calma, palmeirense: existem dias que o desempenho precisa ficar em segundo plano. Pelo contexto do jogo, pelo resultado: você merece ficar feliz.
É dia para sair satisfeito. E viva o doutor!