Amistosos servem para observação. Tite fez uma leitura equivocada do que se viu em campo nos jogos com Tunísia e Gana, os últimos antes da convocação final da Seleção Brasileira nesta segunda-feira, 7. A presença de Daniel Alves é um erro. Éder Militão provou que era uma opção melhor para o Brasil, mesmo improvisado. E o treinador pode pagar o preço na Copa do Mundo do Catar.

Aos 39 anos, Daniel Alves está longe daquele jogador que já foi um dos melhores do mundo na posição. Hoje não é mais. E Copa, sim, também é momento. E o momento dele é péssimo.

Fez uma temporada ruim pelo Barcelona após deixar o São Paulo pelas portas do fundo. Sem opções na Europa para se manter em uma vitrine aceitável foi jogar no México. No Pumas, Daniel Alves pouco fez e ainda arrumou confusão por causa de uma lesão, que, segundo ele, não existia, mas foi divulgada pelo clube em nota oficial.

Na entrevista após anunciar sua lista, Tite foi questionado logo na primeira pergunta sobre Daniel Alves, afinal era um nome questionável. E pouco explicou. Informou que o critério foi o mesmo para todos os jogadores: qualidade técnica, aspecto físico e mental.

  1. Dos três, talvez, apenas o último possa justificar esta convocação. Tecnicamente, Daniel Alves já não vive boa fase há algum tempo. E fisicamente, o próprio preparador físico da seleção, Fábio Mahseredjian, se mostrou preocupado com o desempenho do lateral. Não à toa, ele ficou fora dos amistosos. Mas, segundo o profissional, força e potência melhoraram e, por isso, ele foi chamado na lista final.

A resposta mais correta, para mim, é gratidão. Apenas isso pode explicar.

Tite disse ainda, um pouco mais adiante na coletiva, que os laterais da seleção não precisam estar o tempo todo no ataque por causa dos pontas. Mas, para mim, o problema é defensivo. Daniel Alves vai sofrer contra adversários rápidos e habilidosos. Militão, por exemplo, não.

O treinador fez sua escolha. E pode pagar o preço em um momento decisivo da Copa do Mundo. Danilo deve ser o titular, mas, quando precisar, o atual Daniel Alves, que não é mais o antigo Daniel Alves, pode comprometer o setor defensivo do Brasil.

ESTADÃO CONTEÚDOS 

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