O veredito entre culpado e inocente é apenas uma das muitas perguntas que permeiam o caso de acusação a Lucas Paquetá por participação em apostas. Da origem das infrações até o risco de punição, a realidade aponta mais para especulações do que informações, e o ge tenta esclarecer pontos e indicar caminhos da investigação que coloca em xeque a carreira de um dos principais jogadores da seleção brasileira.
Qual foi o ponto de partida da investigação?
A aposta casada para os cartões amarelos de Lucas Paquetá, no jogo entre West Ham 1 x 1 Aston Villa, e Luiz Henrique, em Villareal 1 x 1 Real Bétis, ambos no dia 12 de março de 2023 foi o que despertou o “red flag” (bandeira vermelha) para os órgãos de fiscalização e integridade de apostas esportivas. Na ocasião, chamou a atenção a movimentação incomum na casa de apostas Betway, patrocinadora do West Ham.
A operação da Betway é pequena no Brasil, apresenta números irrelevantes perante seus concorrentes no mercado e tem maior volume de usuários no estado de São Paulo, com ênfase na capital. A partir do momento que operações de grande volume passaram a ser executadas no Rio de Janeiro, o compliance da Betway, bem como de órgãos de integridade, foi em busca de mais informações.
Nesta data, foi identificada no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, sete apostas casadas que totalizavam um valor de aproximadamente R$ 60 mil para que Lucas Paquetá e Luiz Henrique fossem advertidos em seus jogos – o que acabou acontecendo. A partir daí, instaurou-se uma varredura mais criteriosa e aprofundada que identificou outros três jogos com características similares de apostas em cartões amarelos do meia da seleção brasileira: contra Leeds United, Leicester City e, por fim, Bournemouth, este já na última temporada.
Com os dados em mãos, partiram para uma apuração através de pesquisa de fonte aberta, sem necessariamente quebra de sigilo, o que foi suficiente para identificar proximidade de Lucas Paquetá com esses apostadores dos jogos do dia 12 de março identificados através de IPs e cadastros. Durante a investigação da Federação Inglesa, Lucas Paquetá forneceu acesso aos seus celulares. Nos aparelhos, não foram identificadas conversas objetivas do jogador sobre apostas específicas. Por outro lado, os investigadores entendem ter provas suficientes para atestar a relação de proximidade do atletas com os usuários, fosse através de mensagens de temas diversos ou diálogos com terceiros.