JERUSALÉM – O presidente Jair Bolsonaro cancelou seu último compromisso em Israel. Ele visitaria na quarta-feira Raanana, uma comunidade brasileira a cerca de 80 km deJerusalém, mas, por questões de segurança e logística, o evento foi cancelado, segundo fontes do governo brasileiro. Bolsonaro receberá 25 representantes da comunidade brasileira em um hotel em Jerusalém. Com a agenda livre na quarta, ele antecipará a volta ao Brasil em duas horas.
Durante o evento, Bolsonaro chamou o primeiro-ministro israelense de “capitão” e lembrou que Israel é menor do que o menor estado brasileiro, que é Sergipe. Ele ainda destacou, como nos dias anteriores, a abundância de riquezas locais brasileiras.
Também participaram do evento os ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), além do diretor da Apex-Brasil, Márcio Coimbra. De acordo com organizadores do evento, do lado do Brasil, os setores mais representados no encontro são os de agricultura e, do lado israelense, ligados à proteção cibernética. Cerca de 400 empresários dos dois países participaram do evento.
Previsão otimista
Às vésperas de uma eleição parlamentar local, Netanyahu fez uma previsão otimista sobre o Brasil, levando em conta a nova administração de Bolsonaro. Ele afirmou que, os dois líderes, que já apresentaram trabalhos juntos, podem ser ainda melhores se trabalharem juntos.
“O Brasil tem enorme capacidade, com grande população e economia muito dinâmica, um país cálido, aberto a mudanças, com grandes institutos técnicos e tecnológicos, e Israel é o país da inovação. Sob a liderança de Bolsonaro, o Brasil pode se tornar maior”, disse o premiê. “Já fizemos algumas coisas sozinhos, mas juntos seremos melhores”, acrescentou.
Netanyahu citou como trabalho mais importante a mudança no ambiente de negócios. “Meu amigo Jair Bolsonaro está fazendo exatamente isso”, comentou, salientando que os dois são capitães do Exército. Ele citou uma passagem no Exército em um desafio em que uns apostavam corridas carregando colegas sobre si, mas alguns companheiros eram mais magros e outros mais gordos, o que dificultava o trabalho.
“Quando me tornei ministro das Finanças em 2003, tivemos uma grande crise. Na economia global, o setor público está sentado sobre o setor privado, que precisa fazer o trabalho”, disse em uma comparação com o episódio do Exército. “Fizemos uma dieta no gordo e tivemos que dar fonte de oxigênio ao que estava embaixo”, completou. A primeira fonte, segundo ele, é reduzir impostos e a segunda, as barreiras de competição. “Por causa disso, a economia de Israel avançou muito rápido e Israel é hoje mais igualitário do que era antes.”
Ele disse também que tudo está mudando e que Israel é o laboratório do mundo. “O Brasil tem dádivas tremendas que podem se juntar a nós. O Brasil pode ser o bolo e Israel, o fermento. Queremos ser o parceiro perfeito de vocês. Não há parceria melhor no mundo do que a que pode existir entre Brasil e Israel.”