A declaração de Mano Menezes à ESPN, de que Borja “talvez não seja tão estrela”, não motivou somente uma nota oficial do empresário do jogador, reclamando de desrespeito. Em entrevista à rádio colombiana Blu, o centroavante relatou ter se entristecido e até falou em deixar o Palmeiras.
“Quando vi isso, fiquei muito surpreso. Isso me machucou minha alma. Ele disse que eu não tinha trajetória para chegar ao Palmeiras. Não gosto de ser apontado assim, tampouco que façam isso com outras pessoas. O futebol dá muitas voltas. Hoje, estamos em um lugar não tão bom, mas o tempo passa e podemos estar bem”, disse o camisa 9.
Borja diz que conversou com seu técnico antes do jogo contra o Vasco, na quarta-feira, quando ficou no banco de reservas e não entrou em campo para participar da vitória por 2 a 1, em São Januário. O atacante assegurou que não queria fazer polêmica com o caso, mas avisou que seu empresário divulgaria uma nota o defendendo.
“Falei com ele pessoalmente na quarta-feira, antes do jogo contra o Vasco, antes que saísse o comunicado. Falei para ele que tudo pararia por ali, e ele entendeu, mas comentei que meu empresário iria me defender. Agora, tenho que treinar bem para jogar melhor, e escutarei essas palavras antes de entrar no campo de agora em diante. Fiquei muito triste, mas já passou. Vou seguir trabalhando agora”.
Com passagens por Cúcuta Desportivo (COL), Cortuluá (COL), La Equidad (COL), Olimpo (ARG), Livorno (ITA) e Santa Fe (COL) antes do Atlético Nacional, Borja foi comprado pelo Palmeiras por quase R$ 44 milhões, já contando os R$ 11 milhões pagos a mais por não negociá-lo até agosto deste ano. Seu contrato acaba no final de 2021, mas o camisa 9 voltou a falar em atuar pelo Junior Barranquilla, clube do coração, e já no ano que vem.
“Meu agente sabe melhor sobre isso. Só treino a cada dia para melhorar, não quero seguir nesta posição em que estou porque não é nada estável. No momento certo, chegará a benção de fazer um gol. Mas eu gostaria de jogar no Junior. Se a vontade é que isso ocorra em 2020, estarei disposto. Só depende dos dirigentes”, afirmou, elogiando Luiz Felipe Scolari ao ser questionado sobre sua relação com treinadores em três temporadas no Brasil.
“Cada um tem seu estilo. O professor Felipão é um mestre, e o respeito, sobretudo pela pessoa que é e os títulos que conseguiu, e com essa forma de jogar. Aprendi muito com ele, a sair mais da área, trocar mais passes, me entregar mais à equipe. No Atlético Nacional, não tinha necessidade de correr como aqui, uns 9 km por partida. Na Colômbia, corria 9 km em duas ou três partidas. Aqui, é totalmente diferente”.