O caso “Tio Paulo” tem chamado atenção nas redes sociais após o idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, ser levado até um banco pela sobrinha numa tentativa de resgatar R$ 17 mil por empréstimo. O caso aconteceu em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Veja tudo que se sabe até o momento.
Tio Paulo: tudo o que se sabe até o momento
Imagens registradas por uma das atendentes do banco mostram o momento em que Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos tenta simular uma conversa com Paulo Roberto. O idoso permanece sentado na cadeira de rodas sem se mexer.
As funcionárias do banco estranharam a situação e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com a chegada da equipe de socorro, foi constatado que o homem estava morto.
Érika foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, mas alega que seu tio estava vivo quando chegou à agência bancária.
Cadáver em banco: idoso chegou vivo ou morto?
Até o momento há várias versões sobre o horário da morte de Paulo Roberto Braga. A própria sobrinha revelou que o idoso estava com vida antes de chegar ao banco.
Um vídeo, registrado por uma câmera de segurança, mostra a movimentação de Érika ao carregar o homem. A cabeça de Paulo parece caída, enquanto ela o empurra.
Pouco antes de chegar ao banco, uma outra câmera de segurança gravou Érika passeando com Paulo pelo shopping.
Conforme o laudo do exame de necropsia divulgado na quarta-feira (17) pelo IML, não é possível dizer se o idoso morreu no caminho para a agência bancária, ou se morreu no local. A causa da morte de Paulo Roberto foi broncoaspiração de dieta, sinais de congestão pulmonar e falência cardíaca por doença isquêmica prévia.
Segundo os peritos, não é possível ter “elementos seguros” para afirmar o momento do óbito.
Motorista de aplicativo afirma que idoso chegou vivo durante trajeto até o banco
O motorista de aplicativo que transportou Érika e Paulo afirmou em depoimento para a polícia que o idoso estava vivo durante o trajeto até um shopping no Rio de Janeiro.
Segundo informações obtidas pelo portal UOL, Paulo Roberto Braga chegou a segurar na porta do veículo algumas vezes enquanto era retirado do veículo. No início da corrida, uma filha de Érika e um outro homem teriam auxiliado na hora de colocar o idoso dentro do carro de aplicativo.
Este rapaz que teria ajudado a colocar Paulo no automóvel também prestou depoimento à polícia e confirmou que o idoso estava vivo ao sair de casa.
Peritos defendem que idoso morreu deitado
De acordo com a Folha de S.Paulo, os peritos alegam que, se Braga estivesse sentado, como afirmou a defesa de Erika, as manchas de livor cadavérico poderiam ter surgido em outras partes do corpo, como pernas e braços, e não especificamente na nuca.
O delegado Fábio Luiz Souza, da 34ª DP (Bangu), relatou que o idoso provavelmente estava morto há pelo menos duas horas antes da chegada das equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
“O livor cadavérico precisa de algumas horas para acumular sangue em uma determinada parte do corpo. A alegação de que ele chegou vivo não procede em razão disso, porque esses livores indicam que ele já chegou morto”, disse o delegado à imprensa.