Comércio de Iguazú mostra preocupação com burocracia para atravessar a fronteira

O presidente da Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, na Argentina, Joaquín Barreto, demonstro preocupação com as longas filas de veículos e a demora para atravessar a fronteira com Foz do Iguaçu, devido à burocracia migratória do país.

Barreto apresentou algumas propostas a Diretoria de Migração para resolver o problema, como investimento em tecnologia e trânsito livre.

O movimento na fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu, pelo Ponte Internacional Tancredo Neves, aumentou neste mês de julho, período de férias nos dois países. Com isso, imagens das longas filas gravadas por turistas viralizaram nas redes sociais, mostrando a espera superior a duas horas para atravessar a fronteira.

As imagens causaram preocupação ao setor turístico e comercial da cidade argentina, que acusou o governo pela falta de investimento no setor migratório e desconhecimento do problema.

Barreto, destacou que há vários meses a setor comercial aponta essa situação para as autoridades nacionais e para o chefe de Imigração, Florencia Carignano, salientando que as pessoas que tomam decisões “estão a 1.500 quilômetros de distância”, disse, fazendo referência a Buenos Aires.

“Florencia Carignano toma decisões com base nas denúncias que recebe, mas não conhece a situação em que estamos trabalhando”, disse Barreto.

O comerciante contou ainda, que as imagens que circularam pelas redes sociais são da última segunda-feira, dia em que apenas quatro funcionários trabalhavam nos guichês de migração, na aduana argentina.

“Os procedimentos para o visitante que chega do Brasil são feitos manualmente pelo computador. Não temos a tecnologia de Foz ou Ciudad del Este onde há leitores faciais e de placas que agilizam muito a entrada. Estamos muito longe deles. Temos que ter tecnologia mais avançada”, disse Joaquín Barreto.

O presidente da Câmara de Comércio, propõe ainda, a implementação de um “corredor turístico”, entre Puerto Iguazú, Foz e Ciudad del Este, onde seja possível circular livremente. O trâmite migratório ficaria obrigatório apenas para quem fosse além da região de fronteira.

Ressaltou ainda, que com a divulgação das imagens mostrando as longas filas, muitos turistas desistem de visitar o lado argentino da fronteira, afetando a economia local.

Com isso, a Câmara de Comércio decidiu contratar um consultor para fazer um levantamento de quantas pessoas decidem não atravessar a fronteira e quanto é perdido financeiramente, além do tempo de espera para entra no país. O relatório servirá como base para as reivindicações junto ao governo nacional.

Diante desse cenário, o governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, entrou em contato com o ministro do Interior, Wado de Pedro, para solicitar que as aduanas tenham efetivo suficiente de trabalho na Ponte Tancredo Neves.

Rádio Cultura 

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