O julgamento de Jorge Guaranho, acusado de invadir a festa de aniversário de Marcelo Arruda, que tinha como tema o partido dos trabalhadores em 2022, não ocorrerá mais em Foz do Iguaçu. Após abandonar a primeira tentativa de júri, no começo de abril, a defesa entrou com pedido em segunda instância judicial e conseguiu a transferência do local do julgamento.
A Primeira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, em decisão proferida na data de ontem por unanimidade, acolheu o pedido de desaforamento, determinando a transferência do julgamento de Jorge Guaranho da comarca de Foz do Iguaçu, para a comarca de Curitiba.
O pedido foi feito pela defesa alegando que se ocorresse em Foz do Iguaçu, poderiam haver influências externas que comprometessem o julgamento, uma vez que o caso teve grande repercussão na cidade.
Os advogados da família de Marcelo Arruda, se posicionaram por meio de nota. O advogado Daniel Godoy afirmou, que “A demora traz prejuízos para todas as partes, incluindo o próprio réu, que aguarda o julgamento preso. Mas, principalmente, traz sofrimento para a família do Marcelo, que também é vítima do crime. Ele deixou viúva e quatro filhos, sendo que o mais novo só tinha 45 dias quando o pai foi assassinado. O importante é que o julgamento ocorra em breve e que a justiça seja feita”
Em Foz do Iguaçu, no dia 4 de abril, o júri chegou a ser marcado, mobilizou todos os envolvidos, acusação, defesa, familiares da vítima e do acusado, e inclusive o poder judiciário, mas nem chegou a começar. Isso porque os advogados de defesa do réu abandonaram o plenário.
Alegaram na ocasião, entre outras coisas não terem tido tempo hábil de análise de novos movimentos processuais lançados pouco tempo antes do júri, em um processo relacionado, onde o réu seria vítima de espancamento. A defesa também argumentou à época, a falta de cumprimento do prazo de chegada com antecedência do réu ao julgamento. Houve tumulto e discussões acaloradas entre acusação e defesa. Depois de ter o pedido de adiamento do júri negado, a defesa de Jorge Guaranho abandonou o plenário do tribunal do júri.
E agora, teve portanto o pedido de desaforamento, ou seja, mudança de cidade concedido pelo Tribunal.
Marcelo Arruda, foi morto a tiros em 2022 durante a festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores. Segundo provas do processo, Guaranho seria apoiador de Jair Bolsonaro. O MP defende a condenação por homicídio doloso, com duas qualificadoras: por motivo torpe e risco comum, o que pode resultar em uma pena entre 12 e 30 anos de prisão.