O ator e humorista Tom Veiga, que era intérprete do personagem Louro José, faleceu no último domingo (1) em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, provocado por um aneurismo, conforme apontou laudo do Instituto Médico Legal do Rio. O AVC, uma lesão na região do cérebro, já é a segunda maior causa de morte no mundo.
Neurologista e gerente médico do protocolo de AVC do Hospital Icaraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Guilherme Torezani explica que várias artérias nutrem o nosso cérebro e, em dado momento, ocorre uma obstrução que compromete o fluxo de sangue, onde o mesmo deixa de ser entregue para uma região cerebral. Essa região, conforme sofre a perda de sangue, para de funcionar.
Segundo Guilherme, uma vez identificado o AVC, existem muitos procedimentos a serem feitos na medicina moderna. Porém, segundo o especialista, quanto mais cedo for realizada a intervenção médica após o início do sintoma, melhores as chances de reverter a isquemia e evitar sequelas.
“Os médicos têm poucas horas para poder fazer um medicamento e aplicar procedimentos que revertam essa obstrução da artéria, o que faz com que o sangue volte a circular naquela região que havia perdido o fluxo sanguíneo”, comentou Torezani.
Cada minuto faz a diferença em um AVC
O profissional elucida que a cada um minuto, passada a obstrução da artéria, cerca de dois milhões de neurônios vão morrer na região acometida. Portanto, essa é a importância de saber identificar a situação em tempo hábil, visto que perdendo-se tempo, perde-se também neurônios.
“Tem uma máxima que diz que tempo é cérebro. Deve-se correr com esse paciente para um hospital que seja capacitado para atender e realizar a intervenção guiada corretamente, dentro de um protocolo, com respaldo na literatura médica”, explica, acrescentando que muitas vezes um paciente tem um sintoma em casa e, como não está acompanhado por alguém, ou mesmo quando se identifica o sintoma, demora-se muito tempo para tomar uma atitude, achando que a situação vai passar normalmente, e nisso se perde muito tempo.
O neurologista explica que o tempo de intervenção para se fazer um medicamento na veia, que reverta o quadro, é de até quatro horas e meia, porém é necessário que a equipe responsável tenha capacidade técnica para intervir adequadamente.
“Comparamos muito com uma equipe de pit stop na Fórmula 1. Nos anos 80, demoravam muito tempo para trocar a roda e fazer a manutenção do carro. E, analisando um vídeo atual, vemos como o serviço está otimizado. No hospital, com uma equipe treinada, em que cada um sabe o que tem que ser feito no fluxo, com tudo já sedimentado, a intervenção se dá em tempo muito mais hábil”, afirmou o médico.
RICMAIS