A menos de duas semanas da abertura da janela de transferências, que se inicia no dia 3 de julho, o Corinthians quer antecipar o máximo que conseguir dos contatos para fechar os negócios desejados já no início do período de transações. Porém, a realidade financeira, que não é nada boa, tem atrapalhado as pretensões do clube.
O Timão novamente optou pela estratégia de olhar o mercado internacional e praticamente ignorar possíveis opções no Brasil. O entendimento da diretoria é que no cenário nacional não há atletas que possam mudar substancialmente o patamar do elenco, principal objetivo do departamento de futebol no segundo semestre.
No entanto, mirar fora do Brasil traz o desafio de negociar com clubes que estão em uma realidade financeira muito melhor que a do Corinthians e a necessidade dos alvinegros serem criativos e ‘atacar’ em detalhes específicos, como buscar atletas que estão há algum tempo em mercados alternativos e desejam retornar ao cenário nacional.
É o caso do volante Cuéllar, por exemplo. O colombiano está no Al Hilal, da Arábia Saudita, desde 2019, quando deixou o Flamengo, e deseja voltar a atuar no Brasil. O acerto do Timão com o estafe do jogador aconteceu desde o começo das conversas, mas esbarrou na pedida do clube saudita, que recuou e aceitou se enquadrar na realidade financeira corintiana nos últimos dias, após contratar um meio-campista com as características do alvo alvinegro e com mais grife, que é Rúben Neves, que estava no Wolverhampton, da Inglaterra, além de fazer proposta por Sergio Busquets, do Barcelona. Cuéllar quer deixar o Al Hilal, e o Corinthians é o destino mais provável para o meio-campista (Foto: Divulgação/Al Hilal)
Por sua vez, o duro momento financeiro do Corinthians atrapalhou os planos de ter o zagueiro Lucas Veríssimo. Assim como aconteceu com Cuéllar, a direção corintiana se acertou primeiramente com o estafe do atleta, que tinha o interesse de voltar a atuar no Brasil para recuperar o ritmo de jogo, perdido após uma lesão no joelho sofrida no fim de 2021. No entanto, o Benfica, de Portugal, não aceitou liberar o atleta por empréstimo sem uma compensação financeira, o que atrapalhou os planos corintianos que voltou à estaca zero na busca por um defensor.
Uma alternativa que se mostrou bem-sucedida no Timão neste pré-janela foi monitorar o mercado sul-americano, já que a moeda brasileira é melhor valorizada do que a dos demais países do continente. Foi assim que o clube alvinegro conseguiu encaminhar a contratação de Matías Rojas, que tem contrato com o Racing, da Argentina, até o fim deste mês, e tem acordo para vestir a camisa alvinegra a partir de julho. Ele chega ‘de graça’ ao Corinthians, mas valorizado pelo bom momento na sua atual equipe. Assim, a aquisição do jogador, ainda que sem custos na operação, precisou de uma malabarismo para que os corintianos adaptassem o atleta na realidade salarial sem onerar ainda mais a folha de pagamento. A solução foi firmar um vínculo mais longo do que o pedido – quatro anos ao invés de três -, mantendo a pedida do meio-campista no contrato total, mas em um período maior, que diminuiria o valor do compromisso mensal. Apalavrado com o Corinthians, Rojas marcou um golaço pelo Racing, no Maracanã, no Flamengo, há duas semanas (Foto: Divulgação / Racing)
Desta forma, o Time do Povo, que mapeou quatro posições para serem reforçadas na próxima janela de transferências, está adiantado para solucionar duas necessidades, ambas no meio-campo, com um volante e um armador, que também jogue pelos lados.
No entanto, ainda há dois desafios: a contratação de um zagueiro e de um atacante que atue pelas pontas. No setor ofensivo, todos os jogadores monitorados foram considerados caros e, além de não se enquadrarem na realidade financeira corintiana, não estavam disponíveis para conversas que permitissem um acordo ‘criativo’.
Assim, ainda que não tenha conseguido encaminhar as contratações desejadas para as duas posições consideradas carentes no elenco no pré-janela, a fim de fechar as contratações assim que o mercado abrir, a diretoria seguirá ativa até o fim do período de transferências para encontrar essas soluções mesmo longe de estar em uma situação financeira saudável.