Governo do Paraná pretende comprar veículo ‘antidistúrbios’ para a PM

O Governo do Paraná lançou pregão eletrônico para a compra de um Veículo Lançador de Água (VLA) para equipar o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) da Polícia Militar do Paraná (PMPR). Entre as justificativas para a aquisição do veículo, com custo de até R$ 4,3 milhões, está o oferecimento de “uma ferramenta eficiente e segura para lidar com situações de distúrbios civis e manifestações violentas”, conforme descrito no edital.

De acordo com o governo, a PMPR não possui atualmente “nenhum veículo que atue com a mencionada eficiência” no combate a distúrbios que, segundo o edital, têm crescido ao longo das duas últimas décadas.

“Desde 2013, temos testemunhado um aumento significativo das manifestações populares, muitas vezes resultando em confrontos e danos ao patrimônio público e privado. Grupos radicais têm adotado táticas agressivas, como a destruição de símbolos capitalistas e confrontos diretos com as forças policiais, colocando em risco a integridade física dos profissionais de segurança”, afirma a justificativa para a compra.

Veículo é capaz de lançar jatos d´água, tinta e espuma, além de gases de efeito moral

Conforme as especificações do edital, o VLA a ser adquirido deve ter uma série de recursos de combate a distúrbios e ameaças ao patrimônio público e à ordem social. Além do lançador de água, que deve ter no mínimo 60 m de alcance, o veículo deve ser equipado também com lançadores de espuma e tinta, além de tanque específico para o armazenamento e dispersão de gás lacrimogênio ou de pimenta.

“O veículo será equipado com capacidade de armazenamento adequada e um jato d’água de longo alcance, garantindo a dispersão efetiva das multidões e reduzindo o risco de lesões tanto para os policiais quanto para os manifestantes”, destaca o edital.

Entre as características operacionais, o veículo deve possuir um tanque para armazenamento de 6 mil litros de água, responsável pelo abastecimento do canhão lançador. Além disso, o sistema deve ser capaz de lançar no mínimo 1.200 litros de água por minuto e ter três modos de operação: pulso curto, pulso longo e fluxo contínuo.

O edital também estipula a capacidade dos demais equipamentos para o combate aos distúrbios sociais. Os tanques de gás e de corante devem ter 60 litros de capacidade cada um; já o tanque de espuma precisa comportar 100 litros.

Edital determina outras características obrigatórias

Além da especificação dos equipamentos de dispersão, o edital também determina várias outras características técnicas do veículo a ser adquirido. Ele obrigatoriamente deve ter tração nas quatro rodas, permitindo que possa trafegar por terrenos acidentados, e capacidade para transportar no mínimo três pessoas (motorista, operador do canhão e comandante da equipe).

Além disso, deve ter capacidade de manobrar em espaços pequenos (o diâmetro de giro deve ser de no máximo 10 metros), desenvolver velocidade de cruzeiro de ao menos 90 km/h e transportar no mínimo sete toneladas de carga (já que apenas o tanque de água pesa cerca de seis toneladas).

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança para esclarecer qual é o uso pretendido do VLA, como, por exemplo, se ele poderia ser utilizado para combater confrontos entre torcidas organizadas. De acordo com a secretaria, essa é uma das possíveis aplicações do equipamento.

“A Secretaria da Segurança Pública do Paraná informa que a Polícia Militar do Paraná afirma que o Veículo Lançador de Água é utilizado como equipamento de menor potencial ofensivo para dispersar pessoas em manifestações e distúrbios civis, como por exemplo de brigas de torcidas organizadas e operações de reintegração de posse”, afirma a nota.

RIC MAIS 

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