RIO DE JANEIRO – Pelo menos 11 médicos já morreram, no Estado do Rio de Janeiro, em decorrência do novo coronavírus, segundo informou o Conselho Regional de Medicina estadual (Cremerj) em balanço atualizado até a manhã de segunda-feira (27). A primeira morte foi em 20 de março, mas elas aceleraram nos últimos dias. De 22 a 27 de abril ocorreram cinco óbitos.
O presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, lamentou a perda dos colegas e afirmou que médicos que integram o grupo de risco para a covid-19 devem evitar exposição à doença: “Quando a doença afeta o profissional de saúde, vem com um curso pior, porque a pessoa é infectada com uma carga viral muito maior do que aquela que normalmente atinge um cidadão normal, na rua.”
Provenzano explicou que, por isso, profissionais acima de 60 anos, cardiopatas, diabéticos, pacientes oncológicos e usuários de drogas imunossupressoras não podem estar na linha de frente. “Nosso juramento diz que a gente tem que aliviar o sofrimento sempre, que temos que tratar sempre que possível, da melhor forma, com ética, mas morrer não”, ponderou.
“Um professor meu me ligou desesperado: ‘Tenho 85 anos, com câncer que tive na próstata, com metástase na coluna, andando com auxílio de duas muletas, eu posso atender?’ Não, professor, pelo amor de Deus. Ele estava com receio de ir para a linha de frente, mas com esse tipo de situação não vamos concordar jamais”, disse.
As vítimas são Paulo Chamma, Sérgio Fagundes, Luiz Sérgio Herthal do Espírito Santo, Astolfo Serra, Claudia Nogueira Cardoso, Ricardo Antonio Piacenso, José Manoel de Melo Gomes, João Batista Marangoni, Celso de Almeida Felício, Magna Sandra Gomes de Deus e Justino José Lage Neto.