Com sobras, o Palmeiras passou pelo Corinthians por 2 a 0 e está na final do Campeonato Paulista Sicredi 2021. Mesmo jogando na Neo Química Arena, o time alviverde jogou melhor, acertou uma bola na trave e desperdiçou outras chances neste domingo. A chave da classificação foi uma marcação intensa, velocidade e objetividade nas finalizações.
Jogando com os titulares, o time visitante controlou a partida e construiu sua vantagem com Victor Luís e Luiz Adriano. O Corinthians desperdiçou um pênalti com Luan. O adversário do Palmeiras sairá do confronto entre São Paulo e Mirassol. O Palmeiras foi superior técnica – os jogadores tomam decisões mais acertadas – e também taticamente. Mancini ainda está esboçando um esquema tático com três zagueiros. Essa diferença ficou evidente no clássico.
Depois de uma campanha irregular na primeira fase do Paulistão, quando teve calendário apertado por causa dos compromissos por Recopa Sul-Americana, Supercopa, Paulistão e Libertadores, o Palmeiras embalou e chega à final em um momento de ascensão. São sete vitórias consecutivas (Santo André, Defensa y Justicia, Santos, Ponte Preta e Independiente del Valle, Bragantino, Corinthians).
É a melhor marca da era Abel Ferreira até agora em 59 jogos. Na temporada, o Palmeiras ainda não foi derrotado atuando fora de casa na temporada (nove vitórias e três empates). Duas semanas atrás, o Palmeiras estava próximo do vexame, de ser eliminado na fase de grupos. Agora, o time ostenta variações de jogadas e vai além de ser um time apenas reativo, de contra-ataque.
Diante do arquirrival, o Palmeiras também mostra supremacia. O time de Abel Ferreira não perdeu os últimos quatro clássicos em Itaquera (dois empates e duas vitórias). É o visitante com mais triunfos no estádio (cinco). Portanto, é o visitante mais indigesto do estádio de Itaquera. A última derrota do time alviverde foi no dia 22 de julho do ano passado, na primeira fase do Estadual.
Eliminado da Copa Sul-Americana, o Corinthians começa a fazer planos para o Campeonato Brasileiro. Nos próximos dias, a pressão deve aumentar sobre o técnico Vagner Mancini, que foi dominado no clássico depois de jogos ruins ao longo da temporada.
Os dois times escalaram suas formações titulares na semifinal. Para substituir Fagner, nome importante no esquema de três zagueiros de Mancini e que foi diagnosticado com covid-19, o Corinthians apostou no jovem Luis Mandaca. Foi só seu terceiro jogo como profissional. O posicionamento do time foi o esperado: Mandaca aberto pela ala direita, a linha de três zagueiros e a centralização de Gabriel e Ramiro. Na visão de Mancini, esse é o jeito de jogar mais eficaz.
O Palmeiras começou a mostrar seu lado mais letal aos 11 minutos. Raphael Veiga cruzou rasteiro e Rony chutou cruzado. No rebote de Cássio, Victor Luis abriu o placar. Reserva de Viña, o lateral fez apenas o primeiro gol na temporada. O gol do time alviverde foi um castigo para o Corinthians, que havia chegado com perigo com um chute de Luan no lance anterior.
Mais do que isso, o gol evidenciou os problemas de marcação do lado direito do Corinthians, principalmente entre João Vitor e Mandaca. Por ali, o visitante aproveitou os espaços com velocidade e mostrou seu lado objetivo e mordaz. Foi por esse mesmo setor que Victor Luis acertou a trave aos 24 minutos.
A vantagem no placar deixou o Palmeiras ainda mais confortável para jogar do jeito que gosta: marcando forte e aproveitando os espaços com velocidade. Por outro lado, o Corinthians foi obrigado a criar e inventar jogadas diferentes, um desafio para a maneira de o time atuar.
Embora tenha conseguido desfazer a péssima impressão deixada após a goleada para o Peñarol, o Corinthians criou pouco. Conseguiu chegar ao gol de Weverton apenas em chutes e fora da área. Cauê, centroavante do time, pouco participou do jogo, pois a bola não chegava. Mérito da perfeita marcação palmeirense. A saída encontrada pela comissão técnica foi trocar Cauê e Mandaca por Gustavo Silva e Mateus Vital. O Corinthians ganhou objetividade e velocidade pelos lados do campo. Confortável, o Palmeiras passou a apostar nos lançamentos longos. A armadilha estava armada. E ela funcionou aos 30 minutos, com o lançamento de Zé Rafael. Após tabela com Rony, Luiz Adriano finalizou bem: 2 a 0.
O Corinthians esboçou reação apenas no final do jogo. Gustavo entrou driblando na área e foi derrubado por Danilo. Na cobrança, Luan acertou o travessão. A cobrança desperdiçada refletiu a inferioridade do Corinthians na semifinal.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 0 X 2 PALMEIRAS
CORINTHIANS: Cássio; João Victor, Raul e Jemerson (Gil); Mandaca (Mateus Vital), Gabriel, Ramiro (Léo Natel), Luan, Otero (Jô) e Lucas Piton; Cauê (Gustavo Silva). Técnico: Vagner Mancini
PALMEIRAS: Weverton; Luan, Gómez e Renan; Mayke, Felipe Melo (Danilo), Patrick de Paula, Raphael Veiga (Zé Rafael) e Victor Luis (Viña); Rony e Luiz Adriano (Danilo Barbosa). Técnico: Abel Ferreira
GOLS: Victor Luis, aos 11 minutos do 1º T e Luiz Adriano, aos 30 minutos do 2º T
CARTÕES AMARELOS: Ramiro, Gabriel, Otero e Luan
CARTÕES VERMELHOS: João Victor e Zé Rafael
ÁRBITRO: Flávio Rodrigues de Souza
LOCAL: Neo Química Arena, em São Paulo