A Polícia Civil do Paraná (PCPR), por meio da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), núcleo de Foz do Iguaçu, deflagrou nesta terça-feira (2) a Operação Catulus, com o objetivo de combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. A operação é fruto de uma investigação iniciada após a apreensão de 1.718 quilos de maconha, em novembro de 2023, em uma chácara no bairro Alto da Boa Vista, em Foz do Iguaçu.
A droga foi encontrada em veículos com placas paraguaias — duas vans, uma Nissan Caravan e uma Toyota Hiace —, além de automóveis com placas brasileiras. Também foram localizados 2.554 tabletes de maconha dentro da residência. Ao perceberem a presença policial, os suspeitos fugiram para áreas de mata e plantações, não sendo localizados no momento da abordagem.
As investigações revelaram que o proprietário da chácara utilizava o local para armazenar e distribuir entorpecentes. Com os lucros obtidos no tráfico, ele adquiriu bens de alto valor, como veículos, imóveis e terrenos, registrados tanto em seu nome quanto de terceiros. Para ocultar esses bens ilícitos, foram utilizados contratos de compra e venda com valores subfaturados e pagamentos em dinheiro, uma prática comum na lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis localizados nos bairros Três Bandeiras, Três Lagoas e na própria chácara do Alto da Boa Vista. Entre os itens apreendidos, estavam 82 gramas de maconha, uma pistola 9mm, um revólver calibre .38, 100 munições de diversos calibres, cinco celulares, dois notebooks e quatro veículos: uma SW4, uma Tracker, uma Fiorino e uma motocicleta.
Além das apreensões físicas, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens móveis e imóveis, totalizando mais de R$ 3 milhões em patrimônio. Entre os bens bloqueados estão residências, terrenos urbanos e rurais e uma área de 5 mil metros quadrados, todos localizados em Foz do Iguaçu.
A investigação também revelou movimentações bancárias superiores a R$ 6 milhões em um único ano, sem origem lícita comprovada. Parte desse valor, cerca de R$ 660 mil, foi depositada em valores fracionados, a fim de evitar a identificação da origem ilícita. Curiosamente, apesar do elevado patrimônio, os investigados receberam benefícios sociais federais entre 2020 e 2023, como Auxílio Emergencial (R$ 3.900,00), Auxílio Brasil e Bolsa Família (R$ 6.050,00), Auxílio Gás e Benefício Primeira Infância, somando R$ 6.620,00.
Durante a operação, um dos suspeitos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, tanto de uso permitido quanto restrito.
O nome da operação, “Catulus”, que significa “cachorro” em latim, faz referência ao uso de um pet shop como um dos meios de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Os crimes investigados incluem tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais.
Estão entre os alvos da operação um homem de 31 anos e duas mulheres, de 23 e 57 anos. A PCPR segue com as investigações para identificar todos os integrantes da organização criminosa e aprofundar a responsabilização dos envolvidos.
Fonte: PCPR-DENARC-FOZ
