A proposta do Santos para Fábio Carille tem os mesmos moldes do acerto com Fernando Diniz: condições básicas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), sem multa rescisória e tempo de contrato pré-estipulados.
Carille entende a realidade financeira do clube e não se opôs a esses moldes. O clube paga multas de técnicos antigos até hoje, como os R$ 400 mil mensais para Jesualdo Ferreira.
O treinador, porém, quer saber sobre os planos para 2022, viabilidade de reforços para o momento, estrutura e outros fatores. A resposta deve ser dada nessa quarta-feira e tende a ser positiva.
Na terça, logo na chegada ao Brasil, Fábio Carille alternou a entrevista entre a cautela e a fala já como técnico santista.
“Responsabilidade é detectar o que o grupo pode nos dar em relação a características. Chegando Tardelli, Baptistão e Velázquez. Já dei uma olhada, principalmente no aeroporto. É fazer um grande trabalho para que o Santos melhore”, disse Carille.
A negociação entre Santos e Fábio Carille foi iniciada no último domingo, dia da demissão de Fernando Diniz, e avançou rapidamente. Pesa para o Peixe a vontade do treinador de trabalhar no Brasil após a segunda experiência no mundo árabe.
Depois de receber um alto salário no mundo árabe no Ittihad e também no Al-Wehda, Carille aceitou ganhar um valor dentro da realidade financeira do Santos.
O Peixe também via Rogério Ceni com bons olhos, mas o profissional não demonstrou o mesmo desejo de Carille para assumir o elenco imediatamente. A estreia já seria contra o Bahia no sábado, na Vila Belmiro, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Fábio Carille tem 47 anos e fez sucesso desde a base do Corinthians antes de ser efetivado em 2016. Ele foi campeão brasileiro em 2017 e conquistou o tricampeonato paulista (2017, 2018 e 2019).
Depois dos títulos, Carille foi para o Al Wehda, também da Arábia Saudita, em 2018. Ele ficou sete meses por lá antes de voltar ao Timão. A segunda passagem no Parque São Jorge não foi como o esperado e veio a demissão em novembro de 2019.
No Ittihad, Carille se destacou. Somou 21 vitórias, 16 empates e 10 derrotas em 47 jogos, com a vaga na final da Liga dos Campeões Árabes. A derrota na decisão e uma divergência com a diretoria culminaram na saída.
O contexto atual fez o Santos não procurar estrangeiros. A ideia foi trazer alguém para conseguir reação imediata no elenco depois de seis jogos sem vitória.
Ariel Holan e Fernando Diniz, escolhas dessa gestão, tinham similaridades no perfil, como a busca pela posse de bola e “defender atacando”. Após os resultados negativos, o Peixe aceitou trazer Carille, reconhecido pelo bom sistema defensivo e que não se importaria de atuar em transição.