Suspeita de raptar Eloah diz que foi violentada no presídio: “Enfiaram cabo de vassoura”

Leandra, suspeita de sequestrar Eloah Pietra, de um ano e sete meses, disse que foi violentada por outras detentas na Cadeia Pública de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Leandra fez o relato durante uma audiência de custódia nesta segunda-feira (27).

No depoimento, a suspeita disse que os episódios de violência incluíram espancamentos, ameaças de morte e outras formas de violência física.

Ela afirmou que foi agredida em várias ocasiões, chegando a desmaiar quatro vezes. Durante os ataques, as internas teriam arrancado pontos cirúrgicos de seu seio, desferido chutes na cabeça, pescoço e peito, além de usarem toalhas para sufocá-la. Leandra relatou também ter ouvido ameaças de morte e insultos, como “morra diaba”. Agressoras teriam utilizado um cabo de vassoura para agredi-la em orifícios do corpo e ameaçaram repetir a violência.

Após os ataques, ela diz foi colocada em uma cela isolada, uma espécie de solitária. Leandra afirmou preferir permanecer no local, pedindo apenas água e um recipiente para as necessidades básicas.

“Eu fui espancada várias vezes pelas detentas, arrancaram pontos, inclusive do meu seio, de tanto puxar. Me fizeram desmaiar quatro vezes. Me deram chutes na cabeça, pescoço e no peito. Me juraram de morte depois da audiência. […] Quando eu pedi ajuda, escutei um ‘morra diaba’. Eu estou sentindo muita dor na altura da costela do seio, onde elas arrancaram e puxaram tudo”, disse Leandra.

“Elas (as detentas) juraram que até 3h da manhã vão me matar. Pegaram o cabo de vassoura e enfiaram em alguns orifícios, falaram que vão enfiar em outros. Daí quando estava ficando muito muito feio, eu já tinha desmaiado mais de quatro vezes, eles (os agentes) me trouxeram para essa jaulinha solitária que tem, e se for para ficar aqui, eu prefiro ficar na solitária, por favor. Só me dê um balde para eu fazer minhas necessidades. Eu estou sem beber água desde cedo, pois elas não deixam eu beber”, complementou a suspeita.

Suspeita afirmou ter autismo

Leandra relatou que possui condições de saúde que demandam tratamento contínuo. Ela toma medicamentos psiquiátricos, como ritalina, quetiapina, lamotrigina e vitaminas, devido a problemas decorrentes de uma cirurgia bariátrica, autismo e tratamento psiquiátrico.

Sobre a prisão, Leandra contou que policiais arrombaram a porta de sua residência durante a abordagem. Apesar disso, disse que foi tratada com respeito, autorizada a se vestir e que nenhum policial a agrediu. Contudo, afirmou ter se machucado no camburão ao tentar se segurar, em razão de sua condição de autismo, pois não consegue se segurar, assim como no ônibus.

O Portal RIC entrou em contato com a Polícia Penal do Paraná para saber o posicionamento do órgão sobre a fala da suspeita, mas ainda não obteve resposta.

Segundo o juiz da audiência, a detenta será encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) para realização de exames periciais. Caso as agressões sejam confirmadas, ela será levada ao médico para tratar as lesões.

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