Trabalhadores da Saúde discutem possibilidade de greve no Hospital Municipal

Os trabalhadores da saúde de Foz do Iguaçu estão discutindo a possiblidade de realização de greve no Hospital Municipal. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde, Paulo Ferreira, o motivo é a nova política de pagamento de horas extras instituído pela Direção do Hospital.

“Desde que essa nova gestão assumiu, em setembro (de 2021), mês que muitos funcionários fizeram horas extras devido à pandemia, em outubro essas horas extras não foram pagos. Quando pagou em novembro, pagou tudo errado, imposto, descontos maiores, em dezembro cortou toda a insalubridade, no meio da pandemia” disse o presidente do sindicato, que afirmou também que em janeiro chegou a faltar materiais, medicamentos e funcionários.

A gota d’água, segundo Ferreira, foi a publicação de uma lei interna estabelecendo banco de horas. “Ele quer que todas as horas extras dos funcionários vão para um banco de horas que serão pagas daqui a seis meses” disse. “Não pode acontecer banco de horas sem aprovação da categoria” afirmou. “Como vamos aceitar uma situação dessa, sem negociação, com um departamento de pessoal que não funciona?” questiona.

Paulo Ferreira explicou que os funcionários estão dispostos a negociar, e se a greve for confirmada, todas as normas serão seguidas para causar menos transtorno para os pacientes. “Claro que nós vamos tomar todos os cuidados para seguir a legislação vigente, vamos notificar o hospital para enviar as escalas, se o hospital não enviar, nós vamos montar as escalas e vamos manter os 30% trabalhando” disse. “Não podemos continuar com gestão amadora, precisamos que o hospital tenha estabilidade” pontuou.

Direção do Hospital Municipal

A Rádio Cultura ouviu o Dr. Amom, diretor do Hospital Municipal, que afirmou de não vai negociar com o sindicato e deve manter as novas orientações, incluindo a criação do banco de horas. “Se o funcionário por algum motivo ultrapassou 20 minutos, meia a hora a mais da sua jornada de trabalho, nós não vamos mais pagar em pecúnia (em dinheiro), será colocado em banco de horas, e em acordo individual, teremos até 6 meses para compensar esse banco de horas” disse.

Ele defende que a lei é legal, e que o sindicato não tem razão na reclamação. “Isso é totalmente legal, temos respaldo jurídico para isso, estamos alinhados com o prefeito, que concorda com a criação do banco de horas, que já é utilizado na prefeitura” afirmou. “Do ponto de vista legal, o Sindicato não tem nenhuma razão ou direito em fomentar greve, eles estão totalmente irregulares na decisão deles” pontua. “Isso é uma definição, não iremos voltar atrás, porque volto a falar, não existe previsão orçamentária para o pagamento” concluiu.

O diretor explicou que as medidas ocorrem devido ao alto gasto com folha salarial no hospital. “Hoje o Hospital gasta quase 50% da sua receita do orçamento com folha de pagamento e a gente sabe que o saudável para qualquer empresa, é de que não gaste mais que 1/3 com folha” afirmou.

“Os custos estavam tão altos nos últimos meses, que se nós mantivéssemos esses valores, não haveria possiblidade de manutenção dos serviços no Hospital Municipal” ressaltou o Diretor. Caso a greve ocorra, será considerada ilegal. “Vai ser considerada ilegal, entraremos com 5 liminares e a greve será considerada ilegal, nós fizemos tudo para ficar dentro da lei, o sindicato não tem o direito de jogar os trabalhadores contra a direção” salienta.

Rádio Cultura

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