Uma mulher foi resgatada após passar três dias em cárcere privado pelo marido, no bairro Campo do Santana, em Curitiba. Na noite desta segunda-feira (26), a Guarda Municipal (GM) recebeu uma denúncia anônima e foi até um endereço da capital paranaense. No local, os agentes encontraram um homem organizando uma festa e a companheira presa em um quarto.
A mulher foi resgatada e contou aos agentes que foi ameaçada e agredida enquanto era mantida presa em um quarto, na própria casa.
“A equipe recebeu uma denúncia de uma pessoa que não quis se identificar, ela trouxe dois bilhetes escritos pela vítima. No local encontrou o suposto agressor, estava com convidados em casa, bem tranquilo, fazendo churrasco. De imediato não quis receber a equipe, depois liberou, acatou as ordens e a vítima foi localizada”, contou o agente Halabura.
Em segurança, a mulher revelou que passou o Natal trancada no quarto e só conseguiu pedir ajuda ao jogar um bilhete para que moradores da região encontrassem.
“Me empurrou, caí de costas no chão. Daí já tirou a faca da cintura e levou pro quarto me ameaçando. Falando que eu estava com outro, aí ele me deixou trancada, passei o natal trancada […] Ele me soltou no quarto para eu lavar roupa. Daí eu já tinha feito o bilhete e joguei pelo burraquinho, na casa da vizinha”, declarou a vítima.
Bilhete de desespero
Para tentar escapar do cárcere do marido, a vítima escreveu dois bilhetes. Em um deles, a mulher citou que precisa de ajuda urgente.
“Por favor, não fale nada para ninguém, só liga para a Polícia. Me ajuda, só achei essa forma”, escreveu.
Já em outro, a mulher revelou que o homem tinha cometido ameaças de morte. “Ele está me mantendo presa aqui e disse que vai me matar”, escreveu a vítima.
Após ser resgatada e encaminhada à Delegacia da Mulher, a vítima declarou que estava no relacionamento há um ano. Em outra oportunidade ela chegou a dar entrada em uma medida protetiva, mas desistiu depois que o marido prometeu mudar as atitudes.
“Eu caí na dele […] Ciúme obsessivo. Onde eu ia ele ia atrás, eu não podia trabalhar e nem conversar com a minha família”, desabafou a vítima.